sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Como escrever um bom épico em 25 passos

Olá,td bem?

A partir de hoje,toda sexta(que eu tiver vontade e/ou criatividade),eu vou escrever um manual de como fazer alguma coisa(→como se eu soubesse fazer alguma coisa←).Esses manuais vão entrar na seção chamada ''Guias muito (in)úteis''.

Dessa vez o guia vai ser sobre a formação de um belo épico.Temos vários exemplos diferentes de épicos,o que pode deixar você um poquito confuso...Então vamos lá.

1-Os épicos podem ser divididos em duas categorias:soft e hard.A diferença é basicamente a ''cara'' do protagonista,que reflete nas suas capacidades de lutas e,consequentemente,na pancadaria de um modo geral.O herói(sim,eu quero que a nova ortografia se exploda) do épico soft parece uma versão subnutrida do Peter Parker,que resolve as coisas geralmente na base das antigas artes do kung-fu IÁaiÁíáÍAíaÍAíaÍAíaAíáIíaÁÁAAAóaoÁOóaÓAáoÁOóaÓOIAÍíaáIÁIáiÁíaÁIíaÁIíaÁIáiiAÁ(zoa) ocultismo ou simplesmente caminhando(não é mesmo,Frodo?).Já o cara do hard costuma ter cara de fisiculturista,só que não usa sunguinhas finas(se você quiser manter o visual do tipo ''só tenho uma peça de vestuário,e daí?''essas sunguinhas podem ser substituídas por tanguinhas[cruzes!]),com personalidade parecida com a do Wolverine,só que mais mal encarados e menos sarcárticos.

2-Se decidiu escrever um épico soft,escolha um bom nome para seu protagonista.Assim como o dono do mesmo,ele deve parecer pacato e comum,mas como qualquer nome de protagonista de qualquer história que exista,deve ser sonoro.No caso de um épico soft deve ter um quê de nerd(tanto o nome quanto a pessoa).

3-Se você decidiu escrever um épico hard,escolha um bom nome para seu protagonista.Ele deve ser rápido,parecer com nome típico de bárbaro e deve ser mesmo um NOME.Sem sobrenome.
Afinal de contas,vai ser o último nome dito(por dito,entenda gritado) pelo soldado do mal antes de ter a cabeça cortada,portanto, não pode ser muito longo.

4-Todas as personagens amigas do protagonista soft tem o nome formado mais ou menos na mesma linha de raciocínio da dica nº2,só que menos legais.

5-Protagonistas de épicos hard não tem amigos,por que amizade é pra maricas.No máximo ele tem um ou dois companheiros de batalha.

6-No caso das épicas soft,as personagens mais velhas tem nome de professor de álgebra ou de biologia,a não ser que sejam os sábios da história(ou não sejam humanos).

7-Os companheiros de batalha do protagonista hard seguem mais ou menos a mesma lógica do nome do protagonista hard.Só que menos másculos.

8-Protagonistas hard costumam ser conhecidos em todo lugar que passam,devido à sua bravura e às suas batalhas.Isso pode acontecer ou não com o protagonista soft(é opcional).

9-O sábio sempre tem um nome estiloso.Um nome que, por si só,transmita a mensagem ''esse mago já passou por,no mínimo,umas duas ou três guerras do reino de Guilmehaw ''.

10-Sábios usam preferencialmente roupas claras.A não ser que sejam sábios do mal.

11-Sábios do mal usam preferencialmente roupas escuras,sendo o preto o carro-chefe.

12-Sábios sempre,e eu realmentro afirmo SEMPRE,cultivam uma bela barba branca.E grande.No mínimo maior que o fêmur do indivíduo.

13-Criaturas míticas e místicas devem existir aos montes,obviamente.

14-Não seja miserável em usar só o kit básico com as criaturas míticas(por kit básico,entenda duendes,lobisomens,vampiros e qualquer ser nunca antes visto que qualquer um pode imaginar).Os ''kits básicos'' devem conviver pacificamente(ou não) com seres menos populares,como trolls,hipogrifos,basiliscos,ninfas,aves roc e etc..Ter só seres óbvios faz seu épico parecer um filme da Xuxa.

15-Dê a si mesmo a liberdade de criar uma mitologia própria.É bom ter um grupo de ''monstros'' conhecidos,mas é melhor ainda você ter um grande grupo de criaturas para chamar de seu.

16-É aconselhável que pelo menos uma das criaturas ou uma raça de criaturas que pareça assustadora ou muito estranha seja,na verdade,pacífica.

17-É aconselhável que pelo menos uma das criaturas ou uma raça de criaturas que pareça boazinha seja,na verdade,malévola ou exageradamente travessa.

18-Muitas das ambientações devem ser obscuras,mas sempre tomando cuidado para não criar cenários de filme de terror.

19-Contraste esses ambientes obscuros com um número considerável de lugares bem iluminados e abertos.Planícies são sempre uma boa opção.

20-Faça com que algo consideravelmente perigoso aconteça em um dos lugares mais ''tranquilos''.Isso faz o leitor/ouvinte/espectador lembrar da dicotomia do bem contra o mal.

21-Sempre que possível,ressalte a dicotomia do bem contra o mal.

22-Ambientalize a batalha final em um lugar que deveria ser claro e iluminado pela luz do sol,mas que está com o tempo meio estranho,com muitas nuvens no céu,o que deixa tudo meio cinza.

23-A lógica da narrativa anda conforme sua vontade,mas lembre-se de não exagerar no suspense.A história já conta com criaturas medonhas,lugares sombrios e um poderoso mal quase que onipresente.Se você,além de tudo isso,fizer um texto muito tenso,a história vai deixar de ser um épico e se tornará uma história de terror.

24-Também não exagere nas coisas que causam repúdio.Épicos podem ter muito sangue,mas raramente tem vômito,barata(ratos são permitidos) ou violência desnecessária.Lembre-se:sadismo é coisa de filme de terror.

25-Por fim,determine de maneira muito bem construída o conceito de ''bem'' e ''mal''na história.Caso esses conceitos não estejam bem definidos,o confronto ideológico do texto ocorre não entre o bem e o mal,e sim entre o instinto de sobrevivência e o sadismo.
Ou seja,terror.

É isso.Espero que eu tenha ajudado você(s) de alguma forma.Talvez eu escreva uma história desse tipo por aqui.
Enquanto isso,desenvolva(m) a sua imaginação e escreva(m).
Boa sorte.

Um comentário:

Filipe de Paiva disse...

Caramba, morri de rir! Especialmente com o filme da Xuxa. Heauiehaiueahiuehauiiua! Adorei! Sou teu fã, Victor!

Abração!